Por Simone Queiroz – Enfermeira Gerontóloga Vivantt

Entender que seu familiar ou ente querido precisará de cuidados terceiros é vencer uma etapa difícil afinal, é importante reconhecer que essa decisão, por vezes, é necessária para garantir qualidade de vida para a pessoa que necessita de cuidados.
O envelhecimento e a crescente demanda por cuidado
É sabido que, em especial as mulheres, ainda são as principais cuidadoras de pessoas convalescentes das famílias. No entanto, com a feminilização do mercado de trabalho e com os novos modelos nas estruturas familiares, esse panorama tem se modificado.
Envelhecer é um processo em que naturalmente ocorrem perdas e, com a população se tornando mais longeva, aumenta a demanda por cuidados integrais. Os sinais que estão relacionados a necessidade de um cuidador, no que se refere à pessoa idosa, são: dificuldades de mobilidade, incapacidade de realizar sua higiene, autocuidado e o gerenciamento de sua vida com tarefas mais básicas como vestir-se e alimentar-se. De modo geral, sempre que houver um transtorno cognitivo ou uma limitação física que impeça o indivíduo de fazer suas atividades de forma independente, o auxílio de um cuidador está indicado.
A cultura brasileira e a terceirização do cuidado
Na cultura brasileira ainda temos muito o que evoluir em relação ao desprendimento de terceirização de cuidados e institucionalização. O primeiro passo para uma tomada de decisão assertiva e livre de culpa é perceber quando a família não consegue prover ao idoso o cuidado que ele necessita. É preciso levar em consideração que as famílias entram num sofrimento enorme quando entendem que precisam contratar um cuidador de idoso, no entanto, precisamos lembrar que, temos que cuidar da nossa própria saúde, trabalho, casa… são múltiplas funções e a chegada de um trabalhador ajuda muito no suporte de cuidados.
A importância da participação do idoso
Quando o idoso participa desse processo, caso tenha cognição para tal, a aceitação, de forma geral, acontece mais fácil.
As famílias que optam por se abster das opiniões de outrem que nunca tiveram um idoso para cuidar ou que nunca passaram por situação semelhante, ficam mais leves e tiram essa carga emocional quando optam pela terceirização desse cuidado. A verdade é que, só quem já se deparou com essa situação é que sabe os recursos todos que precisamos disponibilizar quando se resolve assumir essa responsabilidade.
Sendo assim, o mais importante nesse momento é saber olhar para a situação que todos estão vivenciando e se perguntar se você está conseguindo dar o seu melhor em prol da pessoa que precisa ser cuidada. Ter compaixão consigo e saber identificar quando não está sendo possível fazer o que a pessoa precisa é um passo fundamental para se livrar da culpa e tomar uma decisão baseada em evidência e racionalidade.
Compartilhar experiências pode ajudar
Conversar com outras famílias que passaram por essa situação pode ser um alento. Ouvir as pessoas que viveram situações semelhantes pode nos ajudar a ver os problemas de outra forma e tratar com bom senso e discernimento o problema que precisamos resolver.
Aqui na Vivantt, contamos com enfermeiros gerontólogos especialistas prontos para orientar sua família nesse processo, com escuta, empatia e conhecimento técnico — porque cuidar também é saber pedir apoio no momento certo. Entre em contato com a Vivantt!
Referências:
• Escorsim, Silvana Maria. O envelhecimento no Brasil: aspectos sociais, políticos e demográficos em análise. Revista Serv. Soc., São Paulo, n.142, p. 427-446, set/dez, 2021.
• Capellos, Vanessa Martinez. Feminização do envelhecimento: um fenômeno multifacetado muito além dos números. Revista de Administração de Empresas FGV. São Paulo, v.61, n.2, p. 1-7, 2021.
• Leite, Valéria Lopes. Familiares e sua relação com o idoso institucionalizado: proposta de um programa psicoeducativo. BDENF, Niterói, s/n, 92p. 2013.